Na Fiesp, Tarcísio cria Conselho Estadual de Promoção à Reindustrialização

O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, participou nesta quinta-feira (16/3) de reunião extraordinária da diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Na ocasião, ele assinou decreto criando o Conselho Estadual de Promoção à Reindustrialização. O conselho será liderado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado e terá a participação da Fiesp e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), bem como de outras secretarias estaduais.

 

Minutos após assinar o documento, ele atualizou o termo. “Não vamos falar em reindustrialização, mas em Nova Industrialização. Ficamos vulneráveis e só acordamos durante a pandemia. E com a guerra na Ucrânia percebemos o nosso grau de vulnerabilidade. Existe uma avenida para caminhar e a oportunidade está na nossa frente porque as cadeias globais de produção vão ter que se especializar e ninguém quer mais ser tão vulnerável”, disse Tarcísio, no encontro, que pode ser visto na íntegra no canal da Fiesp no YouTube.

 

A iniciativa consiste, entre outros aspectos, na criação de um grupo de trabalho para discutir as diretrizes de política industrial do estado com foco na industrialização e de acordo com as vocações regionais. Além de representantes das pastas e da indústria, o conselho, presidido pelo secretário de desenvolvimento econômico, Jorge Lima, terá a participação de convidados, conforme a área industrial a ser abordada.

“Esse tema é um dos pilares para o desenvolvimento do estado. E, com enorme alegria, essa proposta se torna realidade hoje. E o governador fez questão de vir aqui, com seus secretários, para assinar na Fiesp o decreto de criação deste conselho”, comemorou o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, para quem o governador é um desenvolvimentista moderno.

 

Governo 3D – “O Brasil precisava voltar a ter homens com essa visão de desenvolvimento. O papel do estado é ser indutor, apoiador e regulador. E, com essa visão, o estado de São Paulo, que é a locomotiva do Brasil, poderá puxar o país de forma mais séria. É um governo 3D: com Desenvolvimento, Diálogo e Dignidade para a população”, elogiou Josué.

 

O presidente da Fiesp ressaltou a necessidade de que governo e os setores produtivos trabalhem para gerar empregos e riqueza, e defendeu uma Reforma Tributária que traga mais isonomia entre os setores. E o presidente do Ciesp, Rafael Cervone, lembrou que “a visão de Estado precisa estar acima da visão de governo”.

 

O governador Tarcísio de Freitas disse querer trabalhar lado a lado com os setores produtivos. “Os governos agem por provocação. Se a provocação for boa, os governos vão dar boas respostas. E estamos aqui para ouvir a indústria, que é quem produz e sabe onde o calo aperta”, disse Tarcísio.

 

Em momento de rearranjo das cadeias globais de produção, as oportunidades não podem ser desperdiçadas, na visão do governador. “A Europa está procurando bons parceiros. Queremos identificar a vocações de cada região e saber quais medidas precisamos tomar para fazer florescer a indústria em cada uma dessas regiões. Temos muitos desafios e alavancas para acionar, sendo a primeira a da energia. E aumentar a oferta de energia significa baixar o preço”, explicou Tarcísio.

 

Uma das alternativas citadas por ele foi a do hidrogênio verde, que pode ser feito a partir do etanol e para a qual existe facilidade de transporte. “Podemos transportar e processar em qualquer lugar. São Paulo não vai perder a guerra do hidrogênio verde para outro estado ou país, pois será líder nesse assunto. Só precisamos definir onde vai ser produzido. São Paulo merece ser protagonista nessa questão”, defendeu.

 

Desenvolvimento e tributos – Tarcísio anunciou a intenção de aumentar a oferta de crédito, por meio da Desenvolve São Paulo, com taxas baixas para o pequeno e microempreendedor, e o lançamento do programa Jovem Aprendiz Paulista. “Nossa ideia é abrir as portas do mercado de trabalho para 60 mil jovens em pequenas e microempresas e trabalhar para profissionalizar esse público. Atualmente, 9% jovens do Ensino Médio fazem ensino profissionalizante. Precisávamos chegar a 40%. E para isso vamos usar nossas escolas de Ensino Médio, o Centro Paula Souza e as escolas do sistema S, oferecendo o curso de acordo com a vocação de cada região”.

 

Sobre a questão tributária, o governador disse que a oportunidade de realizar a Reforma não será perdida: “Somos a favor da reforma e da tributação no destino, pois por mais que se perca receita tributária no curto prazo, ganha-se muito no momento seguinte, com eliminação da guerra fiscal. Precisamos de um sistema menos burocrático, menos agressivo e menos oneroso”.

 

Tarcísio disse ainda que é preciso encontrar alternativas para o sistema de Substituição Tributária, antiga reivindicação da indústria. Por esse sistema, o setor industrial antecipa o pagamento de tributos que deveriam ser recolhidos adiante na cadeia produtiva.

 

Ao comentar os decretos recentemente assinados pelo governo, que reduziram a alíquota de tributos, Tarcísio disse que o estado de São Paulo precisa ser competitivo. “Não podemos perder indústria para outros entes e temos de competir de igual para igual. Vamos ser agressivos a partir de agora e não perder negócio para mais ninguém, mas trazer negócios para cá”, prometeu.

 

Para assistir a reunião na íntegra, clique aqui.

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